sexta-feira, 17 de junho de 2011

Despedida II

Chove. Uma lágrima escorre. A porta da frente bate. O carro sai. Os olhos acompanham. O silêncio grita. A alma se enluta. Ela está só.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Palavras fugidias

Tem dias que as palavras criam pernas. Cada letra com seu par de perninhas e lá vão as palavras como pequenas e céleres centopeias, fugindo da mente e se escondendo nos pequenos vazios do pensamento, entre uma e outra ideia. E aí ficamos com a cabeça vazia, perdidos, atônitos, sem saber exatamente o que escrever, o que contar, o que falar, enquanto elas, as palavras, riem escondidas da nossa angústia, e não riem baixinho, dá pra ouvir o som de suas risadas, de suas conversinhas de comadres, divertindo-se com tanta falta de jeito que ficamos para encontrá-las.

Mas com um pouco de paciência e persistência acabamos por descobrir seu esconderijo e conseguimos fisgá-las, uma a uma, e vamos arrumando-as numa ordem que expressa a nossa vontade, o nosso desejo, a nossa voz. E, apesar do deboche inicial, elas parecem felizes juntas, dando sentido aos apelos da nossa alma.